sexta-feira, 3 de setembro de 2010

2 Live poker @ spain

Saímos de Portugal numa terça-feira, rumo a Espanha. A ideia era grindar o máximo possível live poker na zona de Valência, e jogar o main event da etapa de Castellon do Spanish Poker Tour pelo meio, aproveitando ao máximo a experiência para ganhar quilómetros no que toca a live poker (onde tenho muito poucos) e vir da viagem com mais dinheiro do que aquele com que parti. O resultado... bem...

Começamos por chegar a Valência e fomos buscar um carro alugado a partir de Portugal. Apesar de termos estado quase uma hora para conseguir levantá-lo, acho que foi das melhores opções que tomámos ao longo de toda a viagem - por 15€/dia ficamos com transporte, e não nos voltamos a chatear com táxis, viagens pedonais nocturnas e outras coisas que tal.

De Valência seguimos para Puzol, uma cidade perto de Valência e onde só íamos dormir; a ideia era passar os três dias antes do torneio a grindar os jogos na região, conhecer os 3 casinos da zona e fazer a boa vida de turista que um grinder merece depois de passar 5-6 horas por dia colado ao monitor.

Balde de água fria. Um dos casinos da região, o Monte Picayo, estava fechado. Descobrimos às 6 da tarde depois de fazer uma viagem rápida (era a 2 minutos do hotel), e foi um choque. Fomos a correr para o hotel, e os nossos medos confirmaram-se; não há poker bancado no casino de Valência, e em Castellon os jogos podem abrir ou não abrir, mas nunca mais do que uma mesa. Oh My God.

Fact check; temos carro; vontade de jogar poker e demasiado tempo livre. E Barcelona a 300 quilómetros... e sim, foi tão rápido quanto isto - quando demos por nós estávamos em Barcelena.

E é outro mundo. Entramos no lobby e os nosso olhos cintilaram de alegria, ao ver acção em mais de 15 mesas. Havia de tudo, do mundialmente famoso 5/10 PLO de Barcelona ao 1/2 NLH. Na primeira noite havia jogos de 1/2 a 5/10, e eu fiz uma sessão mais ou menos longa em 2/5. O set up da mesa era engraçado, com um big drooler, dois ou três óbvios regs e alguns weak-tight-randoms que até tinham ideia do que se estava a passar. Não tive nenhuma mão grande (quer dizer, a melhor mão que vi foi um 99 que joguei para set mining), e mesmo combos de high cards (aka broadways) foram muito poucos, mas isso permitiu-me ser muito respeitado em algumas jogadas mais criativas que fiz (ou tive mesmo sorte e nunca ninguém acertou um flop contra mim). Acabei o dia down umas 10bbs, o que até nem foi mau tendo em conta o cold deck que tive.

Dia seguinte, regresso às mesas. Voltamos a deixar o carro no parque do casino (é um pouco caro, mas também não há grande alternativa) e eram umas 8 horas quando nos preparámos para uma sessão que só devia acabar perto das 4 da manhã, com direito a paragem para jantar. Infelizmente o 5/10 não abriu neste segundo dia, o que fez com que houvesse mais regs em NL500. As mesas eram diferentes, sem um big drooler durante a maior parte do tempo mas com 4-5 jogadores weak-tight-maus. Nas primeiras horas tive muitas mãos fortes que nunca ganharam potes, fiz meia dúzia de lay-downs de qualidade internacional e estava a chegar ao ponto em que começava a ficar PARANOIDDDD pelo que parei para jantar (cozinha do casino de Barcelona: aprovada!) e quis jogar meia hora de NL200 pa voltar a ganhar confiança. Só que - MEU DEUS - NL200 tem buy in máximo de 100€. Tiveram de me explicar 3 vezes - a última em inglês - porque eu não queria acreditar no que estava a ouvir. Mas era verdade.

Pus o meu nome na waiting list para 2/5 e joguei 20 minutos em NL200 até ser chamado. E voltei a ter esperança. Raises isolacionais sobre limps pa 10bbs levam 5 calls; um open pa 3 bbs utg leva 7 (7!!!) calls. T3s é um insta-call no botão com menos de 20 bbs. E defender 2º par sobre a linha mais forte do mundo é pretty standard. Sério? E isto tudo com 50bbs stacks? Sério que isto não é play money? A curta passagem por esta mesa fez-me lembrar tudo o que vi no Austrália durante o Aussie Millions, com pessoas a defenderem rei alto três streets ou a jogarem para stacks de 3º par. Bons tempos.

Mas 50bbs não é comigo e voltei para 2/5. Tentei não inventar muito, acho que não fiz uma única bet que não fosse por valor (embora algumas 3b pré tenham sido, vamos dizer assim, thins) e estava bem up quando joguei o maior pote da minha vida.

Depois de 6 limps tenho KK na BB e raiso pa 35. Incrível ou não levo call do UTG, do CO (que estava mais interessado no jogo que tinha a correr no Iphone do que no poker em si), do BTN e da SB. Isto vai acabar mal. Ou não, quando o flop é KJ4r. Ou então nunca na vida vou tirar valor de nada porque nunca ninguém tem nada para defender. Whatever. Cbet meio pote, UTG shove, CO shove, btn vai para o tanque. OMG OMG OMG... BTN fold o seu oesd (depois disse que se soubesse que eu dava o call trinha dado o call porque tinha o preço certo 4way)... Eu call e depois de ver o turn 7 e river 4 começo a recollher o pote quando o CO larga o Iphone e vira 44 para rivered quads. WOW, sério? E assim se perde um pote de 1.3K para um out. E se odeia a vida. Que se lixe.

E partimos rumo a Castellon, para jogar o Spanish Poker Tour.


2 comentários:

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Rita disse...

Olá.
Visitei o vosso blog e achei-o bastante interessante.
Gostaria de entrar em contacto consigo. O meu email é ritamourabrito@gmail.com . Seria óptimo se me pudesse enviar um email.
Muito obrigada!!
Rita

Mau disse...

ahhh aqui está a mão de que falaste.
Parece que essa viagem estava "assombrada" desde o momento que chegaram ao aeroporto.

NL200 com buy in max de 100??? wtf!!!

Aguardo desenvolvimentos sobre o SPT.
Abraço

Mauro