quinta-feira, 9 de setembro de 2010

1 Spanish Poker Tour Castellon - main event

Ou como ser owanado todos os dias da semana, e ao fim de semana também. Mas vamos por partes.

Chegamos a Castellon e o casino parecia apenas um grande barracão. Pequeno para alguém que ainda à umas horas estava em Barcelona, mas acolhedor e quase "familiar".

No primeiro dia nada de poker... acabei por conhecer um jogador húngaro (de que vos vou falar mais à frente) e os cash games já abriram muito tarde, com o cansaço acumulado acabei por não jogar. Descanso, e dia um do main event, aí vamos nós.

Dia 1 e último. O torneio foi terrível. Fiz um esforço terrível para me manter concentrado, tomar atenção a tells físicas e acima de tudo betsizings (que é algo em que não costumo reparar, mas esta é uma enorme fonte de tells e é algo que vou voltar a fazer no futuro).

A primeira mão que joguei foi a terceira do torneio abri ATo, um call e um squeze. Não queria inventar antes de saber o que se estava a passar e foldei. A segunda foi quarenta minutos depois, um squezze gigante num pote que foi aberto utg e levou 6 calls, onde quis usar a imagem para roubar o pote com uma aposta de cerca de 2/3 do pote, mas que ainda assim parecia gigante e muito forte - mas fiz um erro: esqueci-me que o original raiser tinha tendencias calling station e, bem, depois do primeiro call já ninguém larga... Fiz check fold num flop.

Neste momento comecei a perceber o que se estava a passar... um nit depois de mim (no caso uma nit, que até acabou por fazer final table), posição sobre um puto novo que sabia o que estava a fazer mas overall fraco/previsível, antes dele dois jogadores recreacionais, e na outra ponta da mesa um jogador muito bom (acabou por ganhar o side event de 300€), e dois bons jogadores mas sobre os quais senti um edge.

Durante mais uma hora não ganhei mão nenhuma. Joguei dois pares para set mining que falharam (em spots que outros gajos floparam realmente monstros...), uma ou duas mãos em LP e falhei tudo. Ao fim desse tempo fiz o meu grande erro do torneio.

O espanhol da outra ponta da mesa, que me pareceu bom jogador mas sobre quem senti que tinha um edge abre 4 bbs e eu faço call de 66 no botão. HU, eu faço call a uma pot sized cbet em KJ5 com a read que aquele era o sizing de bluff e não valor... e no turn ele aposta-me 600 para um pote de 2.000 quando bate um J. E eu congelei. Achei que tinha sempre a melhor mão, mas que dar o call aqui era perigoso porque lhe estava a dar as odds certas pa drawar (QT, turned flush draw, mesmo gutshots tipo AQ e assim). Raisei. Para 1700. E ele insta 4.000. Ele aqui faz uma coisa doente: vai beber água. Mas tão tenso, tão nervoso, tão preocupado que eu quis dar o call. Mesmo sabendo que no river tinhamos uma PSB left. E estavamos no terceiro nível de um torneio de 1k€.

Para quem não sabe, a estratégia de beber água vem no livro Kill Everyone, um dos livros que tem estado na moda nos últimos meses. E que o jogador em questão provavelmente leu. Como é um movimento natural, mostra descontracção e induz folds - se virem muito poker na TV (especialmente torneios), vão vê-lo algumas vezes - mas nunca com a tremideira com que este espanhol o fez. mas eu foldei. E ele esfrega um bluff monstruoso.

Levantei-me, fui beber uma água, parei 5 minutos. Percebi logo que o erro estava no sizing, que a read estava certa, e que tenho de ser capaz de meter tudo em jogo em spots que tenho tanta certeza como tinha. E que o pensamento "mas era o segundo/terceiro nível" faz parte do passado. É que no Aussie millions perdi um pote muito grande a pensar exactamente o mesmo no segundo nível (sick life).

Em mais uma hora ganhei dois potes, bati em meia dúzia de paredes e acertei uma série de reads quando não estava nas mãos. No entanto, nem tinha jogo nem conseguia soltar-me e começar a lagar como acho que a mesa em que estava pedia.

Até que passada mais uma hora sou eliminado pelo jogador que me fez o bluff lá de trás. Depois de ter dado uma piçada num spot em que fez um huge call (em quantidade de fichas) de 66 vs. um velho que ou tinha AA ou tinha AA, e de estar a jogar num estilo super-lag mas que até estava a resultar, surge esta mão, ainda o rapaz está "on fire".

Ele abre 4.5 bbs utg (nunca hei de perceber os sizings pré-flop do senhor), e eu dou call no botão de KQo. Num flop K53 com flush draw (3 e 5 do mesmo naipe), ele volta a apostar muito pequeno. Achei que ele ia shovar depois do meu raise uma percentagem elevada de vezes, mas achei que o range de semibluf era muito grande em relação ao range de valor (tipo Kx com flush draw + top pair, flush draw para o nuts com over e gutshot, vindo deste senhor até naked flush draw me pareceu possível que ele quizesse fazer bet/3bet flop). E fui com a minha read. Raisei flop, e ele parou 30 segundos e shovou. Não gostei quando ele shovou, os shoves em bluff/semibluff costumam ser mais insta / o jogador não fica a olhar fixamente para nós com cara de gozo.

Mas... Eu tinha uma read. E tinha decidido que ia com ela. Desse por onde desse - e fui. A parte chata foi ele ter 555 para trio flopado. Senti-me owanado, e que mais uma vez saí de um torneio grande demasiado cedo... mas por agora nada a fazer - e para a próxima há de correr melhor. E o edge ainda lá está, apesar de tudo ter corrido mal neste torneio.


1 comentários:

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Filpac disse...

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