quinta-feira, 1 de julho de 2010

0 Live at Estoril Poker Open 6ª etapa

Sexta-feira lá fui eu até ao Estoril para jogar o torneio de 300€ também conhecido como “etapa especial”, para o qual decorreram vários satélites e onde um field a rondar os 160 jogadores disputaram o primeiro lugar e os 12.634€ para ele reservados. 20k fichas iniciais, níveis de uma hora, estrutura de sonho, field supostamente também.

Os satélites são algo que eu não tive a oportunidade de jogar, mas que me foram vendidos por várias pessoas como sendo algo muito acessível, imperdível mesmo, e por um valor de 50€ é possível ganhar uma entrada para um torneio de prizepool a rondar os 50.000€. Aconselho toda a gente que queria jogar um torneio ao vivo a experimentar estes, e caso não saibam como se joga um super-satélite eu dou umas dicas: é o local onde foldar AA pré-flop pode ser algo mais ou menos normal. Estranho? Leiam o Kill Everyone, um livro que já esteve mais na moda mas que ainda considero essencial para quem quer jogar torneios “a sério” (especialmente live), sendo que assim de cabeça posso dizer que o The Poker Tournament Formula também tem um capítulo sobre o assunto.

Posto isto, posso dizer que o evento não era aquilo que me tinham “vendido”, achei demasiadas pessoas nas mesas que sabiam o que estavam a fazer, outras que embora pensantes eram exploráveis, e apenas uns quantos “jogadores recreacionais”, que só apanhei nas mesas no segundo dia… e não tive a sorte de ficar com nenhumas das fichas destes jogadores. Estive sempre entre as 25k fichas e as 30k, nunca consegui descolar (mas também nunca inventei muito)… a única vez em que fui all in tinha trio de damas, a melhor mão possível, e perdi para um flush draw, mas faz parte e nada como seguir em frente. Do que vi ao longo do torneio 3bets e calls a raises com mãos só para roubar pós flop e invenções em sítios que deviam ser jogados straightforward são algo relativamente normal, e nunca ninguém aposta o river com menos de dois pares… Posso dizer que este último ponto tinha dado jeito ao longo do torneio, já que perdi uma bet a mais em dois ou três potes.

Fiquei um pouco chateado com a postura de alguns dos melhores jogadores, podem ser muitos sólidos no que toca a poker mas têm de aprender muito em relação a postura na mesa, a table talk e a ser correctos para com os jogadores mais fracos… Não tive problema em dizer a alguns que achei um erro brutal da parte destes (e que deveriam ver isso para o futuro) chamar fish ao “jogador recreacional”, ser arrogantes para com este tipo de jogadores, ou festejar bad bets.

Já o torneio de encerramento, um freezout de 100€, teve o field mais soft que alguma vez vi num torneio ao vivo. Perdi QQ>AQ e fiz all in nas 7 mãos seguintes (literalmente) em spots mais ou menos standard (lol tenho um ás e duas blinds, SHOVE!!!!) e ninguém percebeu o que é que se estava passar, quando era tudo jogo de short stack completamente standard. Apesar de não gostar muito do livro, volto a recomendar o The Poker Tournament Formula para este tipo de estrutura, juntamente com um jogo de -10bbs muito forte – eu joguei uns 20k sngs antes de me dedicar aos cashgames, logo sei mais ou menos os calling e shoving ranges padrão. Basicamente deu para me lembrar porque é que os torneios de quarta-feira no Estoril são tão bons e imperdíveis…

Como nota lateral, os SNGS live. Eu sempre me ri da ideia de jogar um sng live, mas depois de tanta insistência decidi experimentar, e fiquei viciado. Paguei o torneio principal e o side event a jogá-los, e se alguém me está a ler e tem noção básica de sngs e gosta de jogar poker live e de dinheiro, acho que tem de ir ao Estoril nos dias em que abrem sngs. Basicamente não vou falar de estratégia para sngs aqui, mas posso dizer que todo o ABC do on-line se aplica (e resulta)!

Assim, se eu já achava que todos os torneios no Estoril são obrigatórios, este fim-de-semana só veio reforçar essa ideia. E nas próximas semanas vou jogar os satélites para o torneio Partouche que vai haver no Verão…


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